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um blog de Nuno Gouveia

10 julho 2003

Verão 

no meio do dia, o sol é de verão.
um vento ligeiro ameaça crescer;
junto-me aos passaros na melodia da tarde.


no vasto céu azul apenas uma nuvem.
na pobre planta seca,
nenhum insecto.


brilham as folhas no limoeiro.
fico suspenso na aurea amarela.


sobre a pedra aquecida,
avança um caracol.
tambem as sombras se deslocam neste ritmo.


a roupa estendida balança docemente;
do cesto das molas sai uma abelha.
do pinheiro faço o meu chapéu,
onde raios penetram por pequenas brechas.


uma flor adorada acabou esquecida.
a ela dedico estes três segundos.


não é de declinio a musica que ouço,
embora aparente estar cheia de morte.
o unico fim de que sou testemunha,
é o de tudo permanentemente.


um galo rouco junta-se á canção.
como um relógio de precisão,
anuncia seis vezes o pico da estação.


menos concentrada aparece a rima.
deixo de ver o caracol.


a piscina já cheia convida a minha casca.
penso em boiar como o escaravelho;
protegido do vento no ondular da agua.

Nuno Gouveia

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