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um blog de Nuno Gouveia
24 setembro 2003
vertigem
Da varanda que dá para o mundo,
põnho-me a observar.
que quer tanta gente realmente alcançar?
nada.
só o vazio do grande estapafurdio.
que enganos serão os meus,
ao querer ainda isto saber?
distraio-me de viver?
sou tõlo e não me manco,
embriagado pela poesia?
serei talvez previsivel,
aflito de paixão breve.
porque disparo sobre mim,
se na verdade compreendi,
a luz e a sua luta,
as feras na sua gruta.
que pretendo obter ainda,
para lá do segredo da impermanencia?
como um voyeur que se afoga no tédio,
e que sobe á tona sem missão defenida.
venho á varanda para me divertir,
quando era ao mundo que eu devia ir.
brinco com coisas sérias.
devo pensar que vivo para sempre?!
insolente, ordinarão.
nem vejo a linha do horizonte, fechada na minha mão,
nem o porquê das minhas perguntas,
nem a causa da minha distracção.
atencioso a todos os brilhos,
quero logo saber qualquer coisa,
esquecendo a bola que não tenho nas mãos
e que logo se parte, ao cair, em mil pedaços.
mando-me para dentro e que feche a janela,
tenho ainda que rever prioridades.
compreendo e obedeço.
Nuno Gouveia
põnho-me a observar.
que quer tanta gente realmente alcançar?
nada.
só o vazio do grande estapafurdio.
que enganos serão os meus,
ao querer ainda isto saber?
distraio-me de viver?
sou tõlo e não me manco,
embriagado pela poesia?
serei talvez previsivel,
aflito de paixão breve.
porque disparo sobre mim,
se na verdade compreendi,
a luz e a sua luta,
as feras na sua gruta.
que pretendo obter ainda,
para lá do segredo da impermanencia?
como um voyeur que se afoga no tédio,
e que sobe á tona sem missão defenida.
venho á varanda para me divertir,
quando era ao mundo que eu devia ir.
brinco com coisas sérias.
devo pensar que vivo para sempre?!
insolente, ordinarão.
nem vejo a linha do horizonte, fechada na minha mão,
nem o porquê das minhas perguntas,
nem a causa da minha distracção.
atencioso a todos os brilhos,
quero logo saber qualquer coisa,
esquecendo a bola que não tenho nas mãos
e que logo se parte, ao cair, em mil pedaços.
mando-me para dentro e que feche a janela,
tenho ainda que rever prioridades.
compreendo e obedeço.
Nuno Gouveia