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um blog de Nuno Gouveia
11 maio 2006
Descarado
E o centro amnéstico do Homem
saiu dele para os altos cumes das serras
das nuvens,do seu Deus.
Do encontro que fez nascer a liberdade
impiedosamente
a doce agonia que desdobra o dia
conforta a alma dos outros que passaram
Prazeres trocados, tatuagem complecta.
Morro de pessoas dentro das suas casas
e por ser carinhoso, elegante, ilusionista
passo mais tarde pela condição chapada
da planicie com vegetação rasteira.
Assim não me vejo como os outros me vêem.
Chá da meia-noite, bebida envenenada
Chaleira, bajulador
Chamorro do mundo evoluido.
Contraparente, contradança, com licença.
Faz antes chover no mais humano dos homens
O desafecto quer apenas chorar.
viúvo de pessoas dentro das suas casas
O descarado não sou eu, homens de Deus
são os desígnios do que dizeis saber.
Se apenas me cumpro vossa partícula
atravessando convosco estas montanhas
deixai que o errante mostre a sua parte
e cante os seus fados durante a viagem.
Na peneplanície?
Irei a pé a partir de lá.